Em relação aos Planos desenhados na modalidade de
Contribuição Definida, caso dos Planos NOVO PLANO COPASA, LIBERTAS CDPREV,
CODEMIGPREV, PRODEMGEPREV, COHABPREV, o importante é acompanhar a rentabilidade,
já que o valor e a duração do benefício dependem quase que exclusivamente do
bom desempenho dos investimentos. Tais planos não geram nem déficits e nem
superávits, pois compensam diretamente nas contas individuais dos participantes
os ganhos e as perdas decorrentes de seus resultados.
É comum enxergar o resultado de um Plano de Benefícios
Definido, quer seja ele superavitário ou deficitário, como se fosse um
fechamento de caixa, para se aferir lucros ou prejuízos anuais. É importante ressaltar que o resultado do
plano deve ser analisado não como uma foto instantânea, mas como um filme,
observando-se a variação do seu passivo atuarial (traduzido como os compromissos com pagamentos de benefícios já
concedidos e a conceder) e dos investimentos ao longo do tempo.
Como demonstra o gráfico abaixo, diversos fatores
interferem nos resultados de um plano de benefícios: crescimento excessivo de
seu passivo causado pelo aumento de longevidade, redução das taxas de juros,
ganhos reais, demandas judiciais. Do lado dos investimentos fatores como a conjuntura
do mercado, a alocação dos recursos, boa ou má gestão dos investimentos,
interferem bastante nos resultados.
Assim, várias causas podem levar um plano de
benefícios ao déficit, mesmo contando com uma boa gestão de investimentos. O
contrário também é verdadeiro: um plano pode estar superavitário, não por boa
gestão de investimentos, mas por uma subavaliação dos compromissos dos planos,
que podem inclusive reduzir o direito dos participantes, ou, ainda, por mera
conjuntura de mercado.
Como demonstrado acima, vários fatores interferem
no cálculo dos compromissos dos planos ou passivo, sendo os mais importantes:
Taxa
de Juros: a taxa de juros utilizada
no cálculo nada mais é do que uma PREVISÃO de qual deve ser a rentabilidade das
aplicações dos recursos do plano de benefícios. Esta taxa de juros
esperada é utilizada nas avaliações atuariais para calcular o valor
presente dos compromissos futuros desses planos. Ela exerce assim um papel
fundamental na determinação de equilíbrio atuarial de um plano, à medida que
afeta de forma determinante do passivo do plano. Vale dizer que quanto MAIOR for a taxa de juros, MENOR será o passivo
ou custo do plano e vice-versa.
Tábuas biométricas: São utilizadas para calcular o compromisso do plano com o pagamento de
benefícios a partir da expectativa de vida e entrada em invalidez dos
participantes ativos e assistidos. Como a longevidade vem aumentando, a maioria
dos planos tem ajustado as tábuas biométricas e é claro que quanto MAIOR for a
expectativa de vida, MAIOR o compromisso do Plano. Ajustar as tábuas
biométricas normalmente significa aumentar o passivo ou custo do plano.
Taxa
de rotatividade: é o instrumento que mede a probabilidade de desligamento ou de
desistência dos
participantes
do plano de benefícios. Quando o
participante se desliga ele perde o direito aos benefícios contratados tendo
direito somente ao resgate de suas contribuições. Assim quanto
MAIOR a taxa de rotatividade considerada na avaliação atuarial, MENOR será o
custo do plano, pois significa que um
contingente grande de participantes vai deixar recursos no plano.
Do lado
dos investimentos precisamos ficar atentos com a boa alocação dos recursos,
prestando atenção aos sinais do mercado, tomando as garantias necessárias e
diversificando o rol de investimentos. Entretanto, há sempre os riscos
inerentes a todo investimento, pois não há investimento 100% seguro. Assim a
gestão cuidadosa e transparente tem sempre que ser observada e a entidade de
previdência precisa possuir as melhores práticas de governança e contar com a
fiscalização constante dos participantes e dos patrocinadores. Por isto mesmo tanto as premissas atuariais
(taxa de juros, rotatividade, tábuas, crescimento salarial, inflação) quanto a
política de investimentos são aprovadas anualmente pelo Conselho Deliberativo e
atestadas pelo Conselho Fiscal, daí a importância dos representantes eleitos
nesses colegiados.
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