No final de novembro de 2020, a Diretoria da Libertas encaminhou para aprovação do Conselho Deliberativo proposta de orçamento de despesas administrativas para 2021 com um aumento de 9,82% em relação ao ano de 2020. Atendendo à solicitação do Conselho Deliberativo, a Diretoria então refez o orçamento, mas pouco alterou nas questões indicadas, encaminhando um orçamento com aumento de 6,50%, ou seja, 3,24% a mais sobre a previsão de IPCA.
Mesmo com o voto contrário dos conselheiros eleitos do Coletivo De Olho na Libertas, a diretoria conseguiu aprovar o orçamento que propôs. Os conselheiros eleitos do Coletivo registraram em ata sua discordância quanto a este e outros pontos propostos pela diretoria.
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Entenda
O Conselho Deliberativo rejeitou o primeiro orçamento apresentado de 9,82%, determinando a redução dos valores apresentados. Além disso, os Conselheiros Eleitos pelo Coletivo De Olho na Libertas solicitaram a dedução da contratação de consultorias e serviços de terceiros, além de propor a discussão da implantação definitiva do teletrabalho, já que, ao que tudo indica, já estamos em uma segunda onda da pandemia.
A Diretoria refez o orçamento, mas manteve um aumento de 6,50%, valor 3,24% acima da previsão de inflação pelo IPCA em 2020. Vale lembrar que, nos últimos anos, o orçamento da Libertas vem sendo reajustado apenas pela inflação acumulada no ano anterior.
Contratação de consultoria por R$ 322 mil e retirada de patrocínio
Dentre os itens que mais chamaram a atenção dos conselheiros eleitos, e que causaram surpresa, está a contratação da consultoria Mercer para a proposição de uma nova Estratégia Previdenciária para os planos de benefícios. Uma Estratégia Previdenciária, em geral, pode incluir a extinção de planos, saldamento, migração e retirada de patrocíniio.
No documento, consta que a consultoria vai custar R$ 322 mil, cujo valor poderá ser pago pela patrocinadora que se proponha a retirar patrocínio de algum plano. Até onde sabemos, não existe nenhum pedido de retirada de patrocinio, já que o Conselho Deliberativo não foi informado sobre esse fato. Então, indaga-se: por que incluir no orçamento um gasto tão expressivo?
É bom lembrar que: “redesenhar os planos de benefícios” e retirar patrocínio têm sido usados por patrocinadores e governos para reduzir o “custo pós-emprego” das empresas com vistas a torná-las mais atrativas para um eventual processo de privatização.
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Consultor para os conselhos Deliberativo e Fiscal
Também foi contratato um consultor para assessorar os conselhos Deliberativo e Fiscal, sem que nenhum destes órgãos colegiados tenha solicitado ou mesmo participado da seleção do profissional.
O assessor contratado é “conselheiro profissional” de mercado e deve participar das reuniões dos conselhos. Questionada pelos Conselheiros Deliberativos, o diretor-presidente não soube justificar a contratação. Não há previsão legal ou estatutária para este tipo de consultor e não está identificado quem solicitou tal contratação, tampouco o custo do contrato.
Orçamento não definiu a taxa de administração
A taxa de administração é o percentual pago pelos participantes sobre o saldo de suas contas para custear as despesas de administração. Hoje, esse percentual está em torno de 0,65%. Na proposta apresentada inicialmente pela Diretoria Executiva, o percentual seria elevado para 0,69%. Na nova proposta orçamentária, não há mencão do novo percentual. Tudo leva a crer que será majorado, com impacto negativo sobre os saldos de conta dos particiantes. Com a queda da rentabilidade dos planos, em parte devido à pandemia, o prejuízo é ainda maior. O aumento do orçamento vem num momento de baixa rentabilidade dos planos de benefícios, o que impacta, ainda mais, o bolso dos participantes.
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Home Office definitivo não foi submetido ao Conselho
O Coletivo De Olho na Libertas não é, de antemão, contra ou a favor do home office. O que o Coletivo não concorda é que o tema não tenha sido discutido antes pelo Conselho Deliberativo, instância maior da Fundação Libertas. O home office foi proposto como medida temporária ao Conselho, devido ao coronavírus, de forma correta. Entretanto, passar o regime de teletrabalho para permanente, com todas as suas consequências, sem que tenha havido discussão sobre os impactos desta decisão para os participantes e para o bom funcionamento da Fundação, não nos parece razoável.
A diretoria da Fundação tenta impor essa decisão como ato de gestão, mas segundo a legislação e o próprio Estatuto da Libertas, tal definição caberia ao Conselho e aos principais afetados: os participantes
Queremos analisar melhor as consequências do teletrabalho: haverá piora do atendimento aos participantes? Como a governança da Libertas será afetada com trabalhadores e os próprios diretores e consultores morando, até mesmo, fora de Minas Gerais? O teletrabalho não vai afetar a produtividade e a governança da Fundação?
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Orçamento é aprovado com voto contrário dos Conselheiros do Coletivo de Olho na Libertas
Apesar da nova proposta orçamentária não resolver as principais questões levantadas pelo Conselho Deliberativo, de manter o orçamento apenas com a variação da inflação e definir a taxa de administração, a última versão do orçamento proposto pela Diretoria acabou sendo aprovada.
Os Conselheiros eleitos pelo Coletivo de Olho na Libertas, no entanto, rejeitaram o orçamento proposto e apresentaram a seguinte declaração de voto, conforme transcrição da Ata da Reunião:
Dois registros importantes
A Fundação Libertas tem a obrigação legal de divulgar o inteiro teor do orçamento aprovado, o que será fundamental para que os participantes façam sua própria avaliação.
A Diretoria indicada da Libertas tem tomado diversas atitudes com a justificativa de redução de despesas: demissões de quadros de carreira da Fundação, PDV, venda de ativos, “Libertas Virtual” e no final apresenta um orçameto 6,50% maior do que o realizado em 2020.