A ABCF (Associação dos Participantes da Cemig Saúde e Forluz), entidade que representa os participantes da Forluz, fundo de pensão dos trabalhadores da Cemig, entrou com uma ação na Justiça exigindo acesso às informações sobre alterações nos planos de benefícios que a patrocinadora está planejando.
A ABCF requisitou diversas vezes documentos referentes aos
estudos e propostas de alterações e não foi atendida pela Forluz. A negativa da
Fundação Forluz é uma afronta às Leis Complementares 108 e 109 e à recente
Resolução 32 do CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar), que
exigem transparência de informações dos fundos de pensão para com os
participantes.
Resolução 32 do CNPC
exige transparência
A Resolução 32 do CNPC é bem explícita quanto à
obrigatoriedade de se fornecer informações aos participantes sempre que houver
proposta de mudanças no estatuto ou regulamento dos planos. Apenas os dados e
casos particulares dos participantes devem se manter sob sigilo.
Diz a Resolução 32 do CNPC, em seu artigo 12º, parágrafo 1º:
“não pode ser negada ao participante ou assistido a solicitação de informações
sobre alterações de estatuto e de regulamento”. Diz ainda que o “extrato das
atas das reuniões do conselho deliberativo e do conselho fiscal” deve estar
facilmente acessível em seu site (art.3, XI)
Entenda o caso
Ao longo de 2019 e 2020, a ABCF requisitou estes documentos
diversas vezes e a Forluz ou negou o fornecimento ou sequer respondeu aos
ofícios, numa atitude que mostra a falta de transparência da Fundação com os
participantes.
Forluz e a Cemig contrataram consultorias (Mercer, Towers e
Mirador) para fazer estudos sobre os planos A e B visando alterá-los. No caso
da Towers, a mesma consultoria foi contratada pela Cemig e pela Forluz, numa
clara ilegalidade por representar conflito de interesses entre patrocinadora e
patrocinada.
A Forluz não pode alegar sigilo, uma vez que a patrocinadora
Cemig tem conhecimento dos estudos. Por uma questão de igualdade, os
participantes, donos dos recursos financeiros administrados pela Forluz, também
deveriam ter acesso.
Ação visa
transparência dos atos
Com o ajuizamento da ação, a ABCF tem o objetivo de garantir
que os participantes saibam o que está sendo discutido sobre seu patrimônio no
Conselho Deliberativo e na Diretoria, assim como o que está sendo proposto nos
estudos das consultorias contratadas.
Os participantes poderão acompanhar o andamento da ação a
partir do número do processo: 5105979-53.2020.8.13.0024.
Com informações do site da ABCF. ABCF entra com ação para exigir que participantes sejam informadossobre alterações nos planos A e B
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