A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) teve um crescimento de
32% (Ibovespa) em 2019 quando medida em reais, entretanto, quando analisamos os
preços dolarizados, o índice teve uma ligeira queda naquele ano. Os
investidores internacionais representam de 44% a 50%, portanto é muito
importante saber que, para eles, outras bolsas do mundo podem ser mais
atraentes.
Explicando melhor: Quando se dá preço aos ativos vendidos em
bolsa, pode-se medi-los na moeda local (no caso do Brasil, o Real) e em Dólar,
para um melhor comparativo internacional.
Lembrando que estamos falando de 2019, antes do crash do dia
9 de março (coronavírus, petróleo e incertezas internas), quando o Ibovespa
dolarizado e em Real caiu ainda mais.
Recorde histórico de
alta é de 2008
No primeiro pregão de janeiro de 2019, o Ibovespa registrava
26.632 pontos em dólar. No último pregão de dezembro de 2019, eram 26.536.
Portanto, o Ibovespa dolarizado teve queda de 0,96 ponto.
Em reais, a Bolsa atingiu 115.645 pontos. Antes, em 26 de
dezembro, o Ibovespa atingiu seu recorde nominal histórico de 117.203. Nominal,
já que descontada a inflação, o índice fica longe dos 136.000 pontos corrigidos
de maio de 2008, antes da crise do subprime norte-americano.
Ibovespa 2002-2020 |
Coronavírus, fuga de
dólares e incertezas internas
As bolsas de valores de todo o mundo foram afetadas
recentemente pelo coronavírus (Covid-19), queda do preço do petróleo e a
consequente redução da atividade econômica na China, mas o mercado
internacional já apresentava indícios de uma crise sistêmica. A taxa de juros
real (juros nominais menos inflação) tem sido reduzida em todo o mundo para
fazer frente à baixa atividade econômica. Não é um movimento isolado do Brasil.
O Brasil é o 8º no ranking dos maiores juros reais do mundo. A média mundial
está em -0,39% (negativo).
A inflação em fevereiro ficou em 0,25% e 4,01% nos últimos
12 vezes. É o menor valor para fevereiro desde 2000. Antes de significar um
controle forte da inflação, o índice denuncia que a atividade econômica está
estagnada. Este índice abre espaço para um novo corte na taxa nominal de juros.
A Bolsa de Valores de São Paulo foi afetada por este cenário
internacional, mas a fuga de dólares (US$ 44 bilhões em 2019) e as incertezas
internas também influenciaram, tanto que o PIB (Produto Interno Bruto)
divulgado em março foi de apenas 1,1%. Importante observar que, embora o índice
Ibovespa estivesse crescendo 32% em Reais em 2019, a Bolsa brasileira está bem
atrás de outras bolsas quando medida em Dólares (7% de crescimento).
Ibovespa 1963-2020 |
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